Aprender uma nova língua, e ou adquirir novos conhecimentos ou habilidades a partir da experiência é um processo subjetivo e incrivelmente complexo. Dezenas de atividades imperceptíveis acontecem de forma inconsciente quando a pessoa aprende uma língua. O ser humano aprende desde o momento em que nasce até o último suspiro de vida. Segundo Abraham Maslow, o único instinto humano é o instinto de aprender. Sem aprender, não poderíamos andar, falar, operar, comer usando talheres, ler e escrever nosso próprio nome, andar de bicicleta, atravessar a rua e muito mais. O processo de aprendizagem depende do que é aprendido, como e por que é aprendido, de quem aprende, e principalmente de como percebemos, identificamos e representamos a informação em nossa mente.
Aprendizado Subjetivo Inconsciente
Na infância, aprendemos a falar a língua mãe de maneira inconsciente. A criança começa a escutar os mesmos sons de forma consistente através dos pais e outras pessoas em sua volta. Esses professores / lingüistas naturais ensinam à criança a falar simplesmente repetindo para ela as palavras e frases, perguntas e respostas, e mostrando para a criança que essas estruturas estão diretamente relacionadas com alguma experiência e contextos específicos que a criança está vivendo com eles, que tem um significado determinado, relacionado com o assunto em questão. A criança, então, começa a ligar os pontos e fazer sentido do que está sendo apresentado e por tentativa e erro começa a falar a língua. Assim, a criança inicia uma longa trajetória de se comunicar na língua que está, naturalmente, aprendendo. Aprender a língua abre as portas para infinitas possibilidades de novos aprendizados que vão se estender por toda a vida e que é o fator determinante que separa o ser humano dos outros animais.
Recompensas e Punições
As escolas de línguas estrangeiras bem como as escolas de ensino fundamental, secundário e superior, se valem de recompensas e punições na tentativa de incentivar a aprendizagem através de exposição continuada aos conteúdos que estão sendo estudados. Entretanto, recompensas e punições tem se mostrado insuficientes como mecanismo de incentivo para aprender. Durante muitos anos os pesquisadores acreditaram que o aprendizado era um processo meramente comportamental, com base no estímulo e resposta onde, “diante dos mesmo estímulos, conseguem-se sempre as mesmas respostas.” Acreditava-se que o aprendizado era um processo simples que poderia ser aplicado em várias espécies, incluindo pombos, ratos, cães e pessoas.
O Que Mostram as Pesquisas
As pesquisas nas décadas de 1950 e 1960 mostraram que o aprendizado não é passivo. Não se trata da transferência do conteúdo nos livros e na mente do professor para a mente vazia dos aprendizes. Jean Piaget mostrou como o conhecimento é construído por adultos e recém-nascidos. Estudos de biologia mostra que, mesmo as células já nascem com funções e memória específicas. Da mesma maneira os bebês já nascem sabendo alguma coisa, que serve de base para que eles aprendam com tanta rapidez. Não se pode considerar aprender uma língua sem considerar a metacognição ou o conhecimento sobre o aprender. Algumas das habilidades cognitivas básicas como identificar, reconhecer, distinguir, associar, avaliar, entre outras, permitem o aprendizado e facilitam ou dificultam a maneira pela qual aprendemos tanto as informações quanto os contextos. Prestar atenção melhora o aprendizado e, talvez mais importante, a capacidade das pessoas de avaliar seu próprio aprendizado e de fazer escolhas estratégicas empoderadoras sobre como aprender melhor.
Os estados de mente-corpo também exercem papel fundamental no processo de aprender. Inúmeros estudos mostram o papel das emoções, motivação e objetivos no aprendizado. É muito mais fácil e agradável aprender quando você está de bom humor, fisicamente bem disposto, motivado e interessado no objeto que você quer aprender.
Diferenças Individuais
Os estilos de aprendizagem bem como a maneira como a pessoa codifica e representa as informações é diferente para pessoas diferentes. O que faz uma pessoa aprender com facilidade e rapidez enquanto outra aprende com grande dificuldade nas mesmas condições? Qual é a diferença entre o aprendiz comum e pessoas que parecem verdadeiros gênios? Será eles são mais espertos? Eles estão mais motivados pelo material que estão aprendendo? Eles têm diferentes estilos de aprendizagem que se encaixam melhor com material e o instrutor? É porque eles são mais velhos e mais experientes ou mais jovens e mais enérgicos?
O fato é que nem tudo é aprendido da mesma maneira, e nem tudo é igualmente fácil para pessoas diferentes. Aprendemos habilidades motoras e linguagem de maneiras que têm sobreposições e diferenças. É impossível duas pessoas aprenderem o mesmo assunto exatamente na mesma proporção e qualidade do conteúdo apresentado.
O Uso de Testes
As instituições de ensino aplicam testes para medir o quanto os mesmos alunos nas mesmas circunstâncias conseguem aprender o conteúdo apresentado. Entretanto, devo aqui destacar que, mesmo dois alunos que tirem a mesma nota no mesmo assunto, tendo estudado nas mesmas condições, no mesmo ambiente, com o mesmo material e o mesmo professor, não necessariamente adquiriram o mesmo nível ou grau de conhecimento. Mais ainda, um aluno que tirou uma nota mais baixa, pode ter aprendido mais do que o que tirou a nota maior. Toda medição do aprendizado, consegue apenas mostrar o nível de performance. Já o nível / grau / quantidade e qualidade de aprendizado é algo totalmente subjetivo e está fora do alcance até mesmo da pessoa que viveu a experiência de aprender.
Estilos e Estratégias Individuais
Aprender uma língua é diferente de aprender qualquer outra matéria ou atividade humana. Essa singularidade da língua faz com que milhões de pessoas no mundo inteiro, estudem, estudem e estudem uma língua sem conseguir desenvolver a fluência e a capacidade de falar. Aprendemos coisas diferentes utilizando estratégias iguais ou parecidas. As estratégias usadas por um aprendiz para aprender, matemática, geografia, biologia, ajudam mas não são, igualmente, eficientes quando se trata de aprender a falar uma nova língua.
Em resumo, diferentes fatores entram em cena quando uma pessoa decide estudar uma língua estrangeira. Estratégias que se mostraram eficientes no estudo de outras disciplinas podem ser enormemente ineficientes quando a pessoa decide aprender uma nova língua. Para aprender uma língua, todas estratégias são válidas mas nem todas dão bons resultados, porém dois fatores são cruciais se você quiser ser bem sucedido: aprender as estruturas, vocabulário, pronúncia e sotaque e outras variáveis e falar imediatamente o que aprendeu. O aluno que espera aprender para um dia falar dificilmente terá sucesso quando se deparar com a oportunidade de colocar em prática o que aprendeu.
Claudio Domingos
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